Eu! Matei a Vilã Secundária! Secundária! - Chapter 329
Capítulo 329
Noe parecia não sentir dor, ele segurou a mão direita em transe e olhou para o sangue que jorrava do
ferimento em sua palma, um vermelho chocante.
Observou longamente aquela ferida, cerrou os dentes e, com esforço determinado, retirou o caco de
cerâmica profundamente enraizado; as gotas de sangue espirraram! O corpo outrora adornado foi
subitamente invadido por uma dor avassaladora, que emanava das profundezas do coração. Seu rosto
ficou pálido, como se ele tivesse perdido a alma.
Não houve tentativa de parar o sangue, então ele pulsou furiosamente no ferimento. Ele sentiu dor,
mas a dor em seu coração era
ainda maior.
Ele pensou, será que Inês, quando no desespero cortou os próprios pulsos, sentia dores como a que
ele sentía agora?
Não, era impossível. A dor na mão não se compara às bolsas de cicatrizes de sangue no pulso direito
da Inês!
A dor que a fazia sentir naquele momento voltou para Noe agora em um golpe de retaliação. Ele se
lembra dela, sozinha na prisão, sofrendo tratamento desumano, enquanto ele vivia uma vida de luxo.
Uma ironia era clara.
A verdade chegou como um carrasco torturando–o. Noe fechou os olhos, mas só viu o sorriso e a voz
de Inês.
Cinco anos de casamento, cinco anos de companheirismo, e ele a presenteou com uma acusação
infundada. Será que na época ele havia considerado a possibilidade de estar errado e o quão severo
seria seu próprio castigo?
Não, ele nunca havia sequer pensado nela!
Os olhos de Noe estavam vermelhos e inchados, a palma da mão manchada de sangue. Perdendo
muito sangue, seu rosto estava pálido. Ele sentiu que tudo ao seu redor começava a desmoronar, a
distorcer, como se seu mundo inteiro estivesse colapsando e se encaminhando para um fim em preto
e branco…
******
Noe acordou novamente no hospital, com Dorival e Oziel Ramires sentados ao lado. Quando o viram
acordar, Oziel brincou: “Por que você não cortou um pouco mais abaixo, hein? Queria morrer? Para
que cortar a palma da mão? Quer estragar sua sorte?”
Noe estendeu a mão e olhou fixamente para o curativo, tentou falar, mas a voz falhou: “Eu…”
“Foi o seu assistente, preocupado porque você não deu notícias o dia todo, que foi ao seu
apartamento e te encontrou. Caramba, ao entrar, viu tudo no chão e sangue por toda parte, um
estranho podería pensar que você tinha sido assaltado.”
Oziel olhou para Noe, arqueando suas sobrancelhas atraentes: “Isso não parece coisa sua, o que te
levou a desistir assim?”
O Noe que ele conhecia era frio e decisivo, sempre se afastando imediatamente de algo errado, e
nunca o tinha visto tão desamparado.
Exceto… por Inês.
Oziel perguntou com cautela: “Não tem a ver com a Inês, tem?”
Noe estremeceu ao ouvir o nome, e Oziel sabia que ela havia acertado.
“Deixa para lá, você está assim por causa da Inês, mas na hora de pensar você não fez?” – Oziel
suspirou, meio brincando: “Noe, pare de se preocupar com a Inês, ela não liga mais:
Sim, ela não se importava. Ela desapareceu da Cidade do Mar sem deixar vestígios, nem mesmo
Teodoro Farnese sabia para onde ela tinha ido. Ela saiu sem olhar para trás, claro que não ligava para
ele!
novelbin
Isso foi punição? Não, a punição certamente não foi suficiente, certo?
Mas… ele… ele se arrependeu, não basta? Agora, só de ouvir o nome Inês doi a coração, dói a ponto
de querer morrer…